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CEO DA TOK&STOK, GHISLAINE DUBRULE FALA DE COMO A MARCA SEGUE FORTE NO SETOR DE DECORAÇÃO
2023-11-07T08:00:00.0000000Z
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Nos anos 1980, falava-se de países de grande potencial econômico, como Canadá, Austrália, Irã e Brasil. Era um momento propício para o desenvolvimento. Chegamos num boom imobiliário para a classe média com a construção de muitos prédios e apartamentos menores”, lembra Ghislaine Dubrule, que esteve ao lado do marido, Régis, quando ele fundou a Tok&Stok, em 1978. Franceses, eles se formaram em ciências políticas e chegaram ao Brasil em 1975. À época, Régis se estabeleceu em uma empresa francesa e, após estudar o cenário local, se enveredou pelo universo do empreendedorismo. “Na Europa, surgia naquele momento o design a preços acessíveis. Brotavam lojas com essa premissa, como IKEA, na Suécia, e Habitat, na Inglaterra. Até então, o segmento estava restrito a um público de luxo. No Brasil, esse crescimento econômico nos deu a oportunidade de criar algo similar ao que ocorria por lá”, narra Ghislaine. O plano decolou desde o início, frisa ela: “A marca foi lucrativa desde a primeira loja, porque era algo inédito: móveis bonitos, mas de encaixe, cujas embalagens cabem no porta-malas do carro.” Claro, alterações foram necessárias, e se inicialmente o casal pensava em montar um negócio que atendesse às mais diversas classes sociais, logo viu que as diferenças entre Brasil e França tornavam essa proposta inviável. “Os países europeus têm uma grande classe média sem tanta diferença de renda. Aqui, nos adequamos para tornar as classes A e B nosso target”, relata. Outra adaptação foi quanto aos altos e baixos na economia local: “O Brasil é desafiador. Passamos por muitas crises, mas a empresa continuou forte porque temos em nosso DNA um propósito de inovação, com periodicidade no lançamento de novas coleções, e ainda colocamos a experiência do cliente em primeiro lugar.” Essa agilidade nos lançamentos segue absoluta e, em 2024, estão previstas oito coleções feitas em parceria com designers, além de 200 novos produtos a cada mês, divididos entre os setores que a Tok&Stok abrange (mobiliário, acessórios, louças, cama & banho etc.). A próxima coleção colaborativa será com o ilustrador Gabriel Azevedo para a linha garden. “Vamos aplicar em nosso mundo o que ele está fazendo na moda. Ela foi inspirada na brasilidade original e tem como tema a saudade tropical.” As colaborações, que existem desde o início da marca, nos anos 1980, se somam ao faro para tendências — há uma equipe focada em viajar para destilar os novos hits do décor — no eixo de design que guia a marca. Seu nome, inclusive, traz isso de forma nítida ao unir a estética e a veia da inspiração (representado pelo “tok”), ao estoque (“stok”), que engloba logística, pronta retirada e facilidade de montagem dos produtos. Um novo ajuste na rota do business aconteceu recentemente: depois de cinco anos distante do comando da companhia, Ghislaine acaba de retornar ao assento de CEO. A empresa viveu uma temporada de gestões profissionalizadas, mas ela reassumiu o negócio para lidar com o cenário pós-pandêmico e implementar um modelo que sempre defendeu: a gestão feminina (atualmente, 54% das líderes são mulheres) e o foco na experiência nas lojas físicas, sem deixar o universo digital de lado. Na Tok&Stok, a visita a uma unidade tem ainda um valor afetivo. “As lojas servem de inspiração para os clientes. São grandes, bonitas e estruturadas como uma exposição de arte, que retrata os ambientes da casa do consumidor com base nas tendências.” A compra de móveis, claro, acontece de forma pontual, mas o setor de decoração e acessórios mostra sua força para captar clientes. “Um presente, o primeiro apartamento, o Natal, o nascimento de um filho… Os preços acessíveis permitem que estejamos presentes em todos os momentos da vida das famílias”, conclui Ghislaine.
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